sábado, 3 de julho de 2010




El fútbol no es bursátil. Prevalecen otros valores. Algunos encuentran atajos de vuelta en el exilio. Otros, como Dunga, se empeñan en capar la escuela más artística que haya existido. (El 'dunguismo' acaba con Brasil)


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Galeria de Alemanha x Argentina em Copas.
Fazendo chover e trovejar na África do Sul. E nos lembrando sempre que deuses não são heróis. E que pra ser herói é preciso ser humano. Pensar como humano. Errar como humano. É preciso não ter nenhum poder sobrenatural. Então se você é um deus, é capaz que consiga. Correr mais que todo mundo. Subir mais que todo mundo. Mas se você é humano, não. Se você é só humano e uma bola vai entrar no gol, só tem um jeito. Você tem que tirar com a mão. E você tem que sofrer as consequências disso. E tomar cartão vermelho e ver o outro time arrancar a classificação assim. No último segundo do jogo. Porque o último minuto não seria suficiente. Um minuto, ali, era muito. E a cena que ficou não é do Gyan perdendo o pênalti. Mas do Suárez gritando sozinho, comemorando solitariamente, indo pro vestiário. Expulso. E vai desfalcar o Uruguai. E deve fazer muita falta. E há outros desfalques importantes. E não deve passar a Holanda. Mas nem importa, né? O rei da Copa até aqui, Luis Suárez. Hollywood não faria melhor. Eu queria que algum cineasta dos bons tivesse filmado a caminhada inteira. Da hora que ele sai expulso de campo até a hora em que comemora o penâlti perdido. Uruguai. Fudendo a festa dos donos da casa desde 1950.



Sem escala. Vai direto pra prateleira de jogos que eu mais amei na minha vida. Pra mim já era especial por conta do Lugano. Eu fui buscar uma prima minha hoje. Ela ia chegar ontem. Mas perdeu a conexão e dormiu no Rio de Janeiro. Daí resolveu ver o jogo lá. Pra ver a comemoração na praia de Copacabana e não sei quê. Lascou-se. O caso é que ela torce pra Argentina agora. Eu adoro demais o Carlitos, ela me explica. Corinthiana, of course. Eu respondi, eu tenho isso com o Lugano. Acho que todo mundo viu a foto, né? O símbolo na garrafa que ele tá usando no Mundial. Então é o São Paulo na Copa mesmo. Isso que é tão comentado. Da falta de identidade que a gente tem com aquele povo de camisa amarela. E os botafoguenses pirando com Louco Abreu. E os palmeirenses mandando beijos pro Valdívia. E coisas assim.



O mais patético foi ver o Luís Fabiano dizendo, sobre a substituição dele. Que o Dunga foi o melhor técnico com quem ele já treinou e que o Dunga sabe o que é melhor pro time. E depois saber que o Júlio César puxou uma espécie de reza pra agradecer o Dunga e coisas assim. Eu não acho que era hora do Luís Fabiano sair atirando nem do Júlio César tacar salada na cara do Jorginho. Não é isso. É só que eu sempre tive um incômodo com essa seleção. E eu sei por onde passa esse incômodo. E eu vou chamar aqui de dupla contaminação, esse incômodo. Primeiro, o discurdo religioso CONTAMINOU a preparação da seleção. No Linha de Passe, o Calazans (acho) usou o termo monastério. A maioria usa quartel e faz analogia militar. Mas eu acredito que a comparação religiosa fica melhor. Claro que monastérios e quartéis são instituições totais. E o Goffman nos ensinou como elas funcionam, daí qualquer uma serviria. Instituição total é aquela que engolfa todos os aspectos da vida do cara. Então as normas dela passam a ser as normas do mundo. A autoridade nela passa a ser a autoridade no mundo. E as coisas que fazem sentido lá, não fazem sentido em nenhum outro lugar. Num hospício, o psiquiatra é Deus. Num convento, a Madre Superiora é Deusa. E assim por diante. O confinamento traz essa coisa da instituição total. E a comissão técnica foi muito hábil quando explorou um aspecto já presente na vida privada de muitos jogadores e misturou com uma determinada postura que eles deviam ter na vida profissional e pública. É da religiosidade que eu tô falando, claro. Então tudo se confundiu e servir à Cristo passou a significar servir ao grupo, ao Dunga e à seleção. Eu imagino, e isso é puro chute, que a coisa devia funcionar meio como grupo de AA. Pra quem já é religioso, potencializa. Quem não é acaba envolvido por aquilo de força superior, acredite em si mesmo, faça sua família ter orgulho de você. Pense nos seus filhos. Em grupo de AA não tem como escapar. Ou você acredita em Deus. Ou em si mesmo. Ou faz pelos seus filhos. É quase impossível que um desses elementos não te toque. E veja. TODOS os jogadores citaram os filhos e a família quando deram entrevistas na zona mista. E o Durkheim nos diz que a religião é a instituição que inventamos para louvar as regras sociais, a sociedade mesmo. E pra ficar mais fácil chamamos de Deus. E dizemos que Deus quer isso e Deus quer aquilo. Mas na verdade é a Sociedade que quer isso ou aquilo. O caso é que a gente sacraliza as normas e daí não conseguimos nos opor. Você deve ter percebido, durante a sua vida, que as pessoas que não tem religião geralmente são as mais "desviantes" socialmente. Não louvar a Deus é não louvar as regras. Pois bem. Eu disse que foi hábil a trama do Dunga por isso. Eu noto que os jogadores faziam referência à seleção e ao grupo como se eles tivessem fazendo esse papel que o Durkheim descobriu. Do sagrado. Então foi fácil porque foi só deslocar a devoção. Vou te dizer. Quem é devoto adora qualquer coisa. Fica só esperando. E eu pensei que o Luís Fabiano fazia meio que a resistência nesse grupo, mas já vinha percebendo que ele tinha arranjado um escape pra devoção. Daí não importa qual porque ela se dá com a mesma intensidade e tal. Essa é a primeira contaminação. A segunda diz respeito a outro aspecto da religiosidade. Mas aí não tem mais a ver com a estratégia de treinamento. Pra mim tá ligada ao modo como o grupo passou a se ver. Talvez fosse até esperado isso, mas eu acho que surgiu na dinâmica. Como a maioria das seitas evangélicas, o grupo do Dunga passou a se perceber como especial. Dono de uma verdade que os outros não conheciam mas que seria revelada. E então nós tivemos o insólito. Porque a abordagem era Seleção X Resto do País. Como se todos nós fossemos inimigos deles e estivéssemos dispostos a arruiná-los ou uma coisa assim. O Dunga chegou a duvidar da crueldade da escravidão porque nós acreditamos nela (crueldade). Ele pegou uma relação desgastada com a imprensa e levou pra todos os níveis. O comportamento do Dunga na fatídica coletiva é de horrorizar. Parecia que ele estava no meio de inimigos, tentando sobreviver e atento a botes e coisas assim. E o grupo todo passou a se sentir escolhido e incompreendido e todo um processo de vitimização nonsense. O Júlio César chegou a falar que esse grupo nunca irá se separar. Impressão minha é que ele sofre mais a separação do que a perda da Copa. Já vimos isso em BBB, não é novidade. Eles se esqueceram de como é a vida fora da seleção. Essa noção de grupo escolhido, pra que eu pasme de vez, foi encorpada por parte da esquerdinha brasileira. Você deve notar que os esquerdinhas também se vêem assim. Como detentores da verdade que os ignóbeis não conseguem perceber. E se percebem em luta o tempo todo. Os inimigos estão prontos para atacar e eles ali, pronto pra resistir. No caso, o Dunga luta contra a opinião pública e a esquerdinha luta contra as elites. E lutam o tempo todo. E a esquerdinha resolveu abraçar o Dunga, pra lutar junto e tal. A gente não deve esquecer que o discurso político mais parecido com fanatismo religioso é o esquerdinha. A gente não deve esquecer porque no caso é bem importante pro alinhamento. Porque, né? Não tinha nada a ver o conteúdo. Então eu presumo que a forma atraiu. Então esse é o problema central. A dupla contaminação. Treinamento virou monastério. Jogadores da seleção viraram "os escolhidos". Ou pode ser uma contaminação só e eu que tô desdobrando.

Mas tem um outro ponto. Só que aí é tanto chute e tanta psicologia de boteco que eu até resolvi fazer parágrafo. Eu já falei um pouco disso aqui, na época da convocação. Que o Dunga não deixaria de ser quem ele é. E ele é um volante aplicado. Então eu penso que ele sempre acreditou nisso. Que aplicação e disciplina constróem um campeão. É complicado nadar nessa água. Porque o budismo ensinou. Se deixa frouxa, a corda não toca. Se estica demais, ela arrebenta. E eu fico pensando que ele tinha isso na cabeça. Que não existe genialidade que não seja superada pela árdua rotina de trabalho. E eu penso nele deitado no quarto, em 1994, na concentração. E acordando bem cedo pra treinar. E lendo minutos de sabedoria pra se inspirar. E vendo o Romário pular janela e voltar de madrugada e ficar procurando sombra na hora do treinamento. Eu já assisti um jogo do Romário, pelo Vasco, que ele jogou na sombra o tempo inteiro. Quando lançavam bola onde o sol tava batendo, ele nem ia. E ele era o capitão e o Brasil confiava nele e ele ergueu a taça. Mas a Copa é do Romário. O Romário é que entrou pra história. É do Romário que a gente lembra. É o nome do Romário que a gente grita. Eu acho que ele nunca conseguiu entender. E é difícil pra mim também navegar nessa água. Porque pode parecer que eu tô fazendo uma espécie de elogio ao Macunaíma. E que acredito em talento nato. E coisas assim. E não é isso. Eu entendi quando o moço falou que 99% é transpiração. E eu nunca vou saber se a disciplina é que mata o talento. Ou se a disciplina é o refúgio de quem não tem talento. É metafísica essa discussão. Eu sei que o Dunga acreditou mesmo. Que a mediocridade, desde que bem treinada, seria capaz. Então ele pegou jogadores medianos ou em má fase e disse pra eles "você pode". E eles acreditaram, pelos motivos já ditos aí em cima. Mas o caso é que me parece um acerto de contas pessoal. A feia seleção de 94, no fim das contas, só ganhou porque havia um gênio por lá. Você pode imaginar. O quanto o Dunga ama ver gol do Elano. Eu nem comemoro gol do Elano. As pessoas amam o Lúcio. O LÚCIO. Olha. Não dá. Eu nem reparo no Lúcio. Só vejo o Lúcio quando ele faz cagada. Talvez seja o jogador mais sem sal da história desse país. Não tem charme, não tem carisma. E acho que era essa a meta mesmo. Transformar todo mundo em Lúcio. O Juca disse no Linha de Passe que quando olha individualmente os jogadores, não sente carinho por nenhum. Não sente nada. O que de mais afetivo aconteceu com a gente foi Felipe Melo mesmo. E aí eu até tiro meu chapéu pra ele. Numa seleção sem personalidade, em que todos os indíviduos foram abrindo mão das suas características para formarem uma massa amorfa que eles chamam de "grupo", O Felipe Melo foi o único que escapou. Daí que os craques abriram mão mesmo de ser craque. Um atacante substituído no fim do jogo diz que foi melhor assim. Aprenda com o Tevéz, Luís Fabiano. Da próxima vez, saia bufando. Aprenda com o Ganso e se recuse a sair. E o Robinho é outro sintoma do elogio da mediocridade, se a gente for pensar. Tava na reserva do Manchester City e foi pro Santos. E o Santos detonou. Ele também detonou. Mas, né? Outros caras encheram nossos olhos. Dois gênios ascendendo. E o Dunga nem notou. Ou deliberadamente desviou o olhar e optou pelo gênio caído. Agora sim o Robinho está pronto, eu acho que ele pensa. Caiu do Olimpo. Virou mortal. Esse apego dele à mortalidade. Ele convenceu o grupo todo disso. Que eles eram mortais e que nada conseguiriam sem o "grupo". E o grupo aqui funcionando como o Deus durkheiminiano. Daí volto pro que eu já falei. Então é só isso, por enquanto, que eu tenho a dizer sobre a eliminação.

Eu gosto dessa imagem porque pra mim ela reflete. O abrir mão do talento para abraçar a garra. Como se fosse uma boa troca. A maneira que o Robinho achou de "entrar" com tudo no jogo. Quem ainda não viu. Vale a pena clicar e ampliar etc.

segunda-feira, 28 de junho de 2010



O vídeo novo da Nike.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

O maior fiasco publicitário de todos os tempos, o primeiro vídeo. Esse é com a seleção da Argentina. A graça é que é ambientado em 1986 mesmo. Durante as comemorações do bicampeonato, na Plaza de Mayo. Daí o Tevéz e o resto entram e interrompem a festa. Direto do futuro etc.

Ficou mais ou menos. O mais legal é mesmo o do Rooney com o Ribéry. O fiasco foi uma pena, se pensarmos na propaganda.

Eu gostei demais dessa foto também. Embora ela fique ruim assim, pequena, perde o efeito. Que basicamente está nas meninas batendo papo lá atrás. Na imagem maior é possível sentir a atmosfera do negócio. Do tempo de cada um mesmo. Veja que as meninas estão simplesmente queimando essa etapa dos meninos. Eles precisam desse tempo. Vão ficar como elas daqui a pouco, mas ainda não. É meio uma sabedoria que algumas pessoas tem. Em relação a futebol, eu estou dizendo. De saberem curtir, como as loiras ali. É diferente de simplesmente "eu não gosto de futebol". Quando alguém me diz que não gosta, automaticamente essa pessoa se torna um pouco menos interessante pra mim. Por isso as loiras. Futebol? Curtem um monte. E só. Os meninos não. Coração partido etc. Enfim. Amei a foto. Queria guardar pra sempre.
Só pra guardar mesmo. Angela Merkel vendo o jogo da Alemanha.

\o/



Eu tive um sonho tão comprido com a Angela Merkel, não faz muito tempo. Ela falava português no meu sonho e a gente tava numa mesa, ao ar livre, conversando sobre a Dilma.

Eu adoro o time da Holanda porque joga com 4 atacantes mesmo. E sempre torço bastante porque é um país que merece ter de fato aquilo que já tem simbolicamente, que é o título de campeão do mundo. É o único que não tem, dos grandes. Seria bem legal Holanda e Alemanha na final, pra vingar 1974 etc. Tipo o mundo merece. Eu adoro o Robben e estou encantada com o esse aí da foto, o Kuyt. Eu tenho uma longa lista de ídolos holandeses. Van Basten e Bergkamp (que era tão lindo e não viajava de avião. E foi pros EUA de navio em 94). O Kluivert, o Overmars, os gêmeos. Que eu amava. Um no meio campo, o outro meia-atacante. Enfim. Foda-se. O problema é que a Holanda virou meio freguesa do Brasil. E dos pilares do futebol, a freguesia é um dos mais consistentes. É uma espécie de sina mesmo. Lá pode ser visto até como maldição. A Holanda sempre cai na encruzilhada com o Brasil. Sorte nossa. Azar o deles.

Eslováquia não joga nada. A Itália tem que morrer de ter perdido pra essa bosta de time. Não sabe defender e nem tem ideia de como fas pra atacar. Uma bomba mesmo.

domingo, 27 de junho de 2010


E o Olé IMPLORANDO por uma zebra.
JUCA KFOURI

A dupla D-D


Sem nenhuma responsabilidade nem de Dunga nem de Dilma, juntaram os dois na campanha


DUNGA E DILMA nada têm em comum a não ser suas casas no Rio Grande do Sul.
Dilma Rousseff, como se sabe, nem gaúcha é. E é de esquerda, fiel ao seu passado que não renega.
Dunga, ao contrário, é de direita, quase feroz, a ponto de nem tirar a mão do bolso para cumprimentar o presidente Lula.
Dunga também tem um passado a zelar como jogador e, mais uma vez, agora na Copa do Mundo, atingiu seu primeiro objetivo, qual seja o de classificar a seleção brasileira em primeiro lugar em seu grupo e sem derrotas.
Aliás, são façanhas de Dunga até agora como técnico da seleção brasileira: as conquistas da Copa América, da Copa das Confederações e do primeiro lugar nas eliminatórias, com direito a classificação antecipada e vitórias sobre o Uruguai, em Montevidéu, e sobre a Argentina, em Rosario. A primeira não acontecia havia 33 anos, e ganhar da Argentina tornou-se comum para ele, que a bateu em amistoso e na decisão da Copa América. O que, é claro, não justifica que tenha dado a resposta atravessada que deu ao jornalista argentino que quis saber de uma eventual final entre ambos na Copa.
Mas Dunga, agora, porque contrariou a TV Globo, virou ídolo de uma certa gente que apoia a candidatura de Dilma.
E como essa gente, incapaz do contraditório, é inimiga da Globo, embora lá tenha trabalhado servilmente, como serve a certos bispos, resolveu, é claro, que inimigo do meu inimigo é meu amigo. Dá pena de Dilma e de Dunga, que, certamente, se conhecerem tanta mediocridade contrariada em suas ambições mais mesquinhas e carreiristas, alguns até lacerdistas na juventude, quererão distância.
O pior é que, na sua infinita burrice e incompetência, é gente que tem na sociedade a resposta inversa de suas campanhas, haja vista a audiência da Globo, que cresceu no joguinho contra Portugal, numa sexta-feira, em relação ao jogo melhor, e num domingo, contra Costa do Marfim.
Politizar as posições de Dunga é tão patético como pedir à Dilma que escale a seleção de 1970, quando ela, como tanta gente de valor, lutava como podia contra a ditadura militar.
Ao contrário, por sinal, desses oportunistas que misturam alhos com bugalhos.

Eu tava torcendo pra Alemanha mesmo. Acho o tal Ozil o melhor jogador da Copa até agora. Mas, né? Não dá. Um erro bizarro de arbitragem. Mudou a história do jogo. Inglaterra não tem time pra chegar. Não tem mesmo. Mas seria interessante ver justamente a retranca. Não foi possível. Revoltante. Eu tava no sofá comendo pão com molho de macarronada. Fiz um sanduíche. Daí tava derrubando tudo. Até no meu pescoço tinha molho de tomate. E vi o lance nessas condições. E não precisei de replay. A bola entrou. Gol. Etc. O bandeirinha é pago pra assistir o jogo só num pedaço do campo. E não dá conta. Eu entendo interpretações subjetivas sobre faltas e penâltis e blá. Mas gol é gol. Tem que validar nem que demore alguns segundos. Enfim. Ninguém conseguiu comemorar direito. A Alemanha dava pinta de que ia golear. Mas foi constrangedor. No vestiário todo mundo ficou sabendo, né? E tava todo mundo com cara de cu mesmo. A FIFA é um saco e o futebol continua acontecendo apesar dela. A Inglaterra tomando gol de contra-ataque sendo que não ataca. Só se o bandeira obriga mesmo. Uó. Era pra ser um dos melhores jogos da Copa. Foi o pior. E mancha mesmo a seleção da Alemanha. Passou na mão grande. Daí não dá. Etc.

sábado, 26 de junho de 2010


Eu comecei o jogo torcendo pros EUA. Por conta da vitória contra a Argélia mesmo. Eu fiquei bem tocada com aquele gol aos 46 do segundo tempo etc. Como todo mundo. E então me parece que quando um milagre daquele acontece, a gente tem que respeitar. Minha irmã me explicou, durante a prorrogação que é justamente o contrário. O milagre americano já tinha rolado e não ia mais ter jeito. Eu achei incrível o Mick Jagger filmar o penâlti no celular. Mas o caso é que acabei nem torcendo pros EUA. Torci pra Gana o jogo todo. Acho o máximo esse tal de Prince. As tatuagens dele. O biquinho que ele faz pra comemorar. Adoro o Gyan. Curto o Donovan também, é verdade. Anyway, eu queria que o futebol africano se lascasse de vez e demitisse esses técnicos europeus e buscasse um caminho próprio. Veja que desde sempre a gente ouvia dizer da evolução das seleções africanas etc. E de repente isso. Parreira e aquele sueco. Enfim. Não deve causar problema pro Uruguai, que é o que interessa aqui.

Eu não sei precisar exatamente quando eu fiquei sem tempo. Eu trabalho nisso há muitos anos e nunca tinha me faltado tempo. Você pode dizer que falta vontade e eu não sei se é verdade. Mas também não nego. Sei que eu queria ter feito um blog da Copa porque eu gosto de registrar as coisas que eu gosto. Porque uma das coisas que eu mais gosto é justamente o registro. Sei que eu fiquei tão emocionado hoje com esse jogo do Uruguai. E eu estou tão apaixonada pelo goleiro. E pelo Suárez* e pelo Forlán. E eu sempre amei tanto o Lugano. E eu me emocionei tanto com a entrevista do técnico ontem. Dizendo que tinha apenas 3 anos quando o Uruguai foi campeão em cima do Brasil. E me gusta demais pensar num revival do Maracanazzo nas semifinais. Queria tanto um quarteto sul-americano. Paraguai X Argentina/Brasil X Uruguai. Porque são as véias, né? As véias todas abertas na América Latina. E há a possibilidade de termos 4 das véias na etapa decisiva. Mas não é isso que eu quero registrar. Eu vou chorar se o Uruguai perder, mãe. Eu avisei. Porque ela dá um jeito. E não precisou. Porque ganhou. Mas não é isso que eu direi. Porque no jogo da Itália X Eslováquia eu tive uma sensação forte. Uma sensação que eu gosto de ter. Eu não tenho certeza se foi o Diderot que falou sobre isso. Eu acho que foi. Eu li num livro** isso e nunca esqueci. E sei quando eu tô diante de. Vocação de lembrança é o nome. E significa que a gente tá diante de uma coisa e mesmo no durante já sabe. Que nunca vai se esquecer. Vocação de lembrança. E você sente seu cérebro deletando arquivos e abrindo espaço. Aquilo não poderá ser esquecido. E eu fiquei de pé pra ver o replay. O gol de lateral. O terceiro gol da Eslováquia. Estamos em 2010. Mas você pode me perguntar em 2034. Você se lembra da copa da África, Mary? E eu vou te responder. Meu Deus, o que foi aquele gol de lateral que desclassificou a Itália? Coisas que são pra sempre. Só pra registrar. Vocação para a lembrança. O momento até agora que eu sei que nunca vai sair da minha memória.

*Que se parece demais com o Cadu do BBB.
** Fragmentos de um discurso amoroso.

Queria pedir desculpas pra Argentina e pra Holanda, que sempre contam comigo. Nessa Copa, tô torcendo pro Uruguai. Fica pra próxima, hermanos. Fica pra próxima, laranja.

terça-feira, 15 de junho de 2010

que derrota

Sem mais. Sem fé no pequeno príncipe (aka Dunga)

Palpite 6x0


Assim. 15/06. É o dia de hoje. 15+6=21. Aí 9 noves fora, 2+1=3. Ou consideramos o ano também. 15+6+2+0+0+1=15. Então só há duas possibilidades.
Brasil 3x0 Coréia do Norte. Brasil 5x1 Coréia do Norte.

Minha mãe, senhoras e senhores, prevendo o resultado do jogo através da ciência. Não é que eu não sei refutar. Eu não sei com que cara eu olho pra ela.

E meu palpite é esse desde o começo. Tipo acho que a Coréia do Norte tem um time amador. Que vai acontecer um lance pra história das Copas hoje. Goleada daquelas. E claro que minha mãe falou que noves fora 5x1 é 6. Então meu palpite também é muito bom.

Todo mundo falando que pode ser a Copa do Robinho. Ok. Pode. Mas pode bem ser a Copa do Luis Fabiano também.

3-6-1 kkkkkkkkkkk


Minha primeira Copa do Mundo foi a de 1982. Eu tinha 9 anos e não me lembrava rigorosamente nada das outras. E tínhamos um time excelente, imbatível e incomparável e etc. Eu era fã do Zico e estava convencida de que ele era capaz de resolver qualquer questão futebolística. Eu me lembro de que era comum respondermos à questão “para que time você torce?” de uma maneira bem particular. Dizíamos o nome do time paulista seguido de “...e pro Flamengo”. Eu era criança e não conseguia torcer contra o cara, nunca. Nenhum dos meus colegas também.

A segunda fase da Copa de 82 fomos assistir com a minha avó materna. Ela morava em São Carlos e toda a família estava lá. Eu me lembro de sair com meu pai, meus irmãos e meus primos para comprarmos camisetas e bandeiras. E eu me lembro da comemoração antecipada. Então começou o jogo. E aí eu aprendi tudo que eu precisava aprender sobre futebol. Sobre o jogo ser mágico e sobre as superstições que o envolvem. E aquilo dele não ser justo também.

Eu me lembro do meu primo mais velho fazendo uma promessa ali, aos 40 minutos do segundo tempo e andando de joelho pelo corredor da casa da minha avó. Me lembro da minha tia dizendo que a gente tinha causado o desastre, com as camisas novas. Não tínhamos visto nem um jogo uniformizados antes. Essas coisas eram ditas sem que fossem levadas muito a sério. Hoje eu acho que era pra brincar com a gente mesmo. Nós éramos crianças e a gente nunca tinha visto uma Copa e essas coisas todas.

Quando o jogo acabou, eu fiquei perto do meu pai. Queria ouvir alguma coisa que fizesse sentido. Aí a televisão anunciou o nome dos jogadores que iam fazer exame anti-doping. E o nome de Paolo Rossi estava selecionado. Eu perguntei pro meu pai o que aconteceria se ele estivesse dopado. Meu pai respondeu que nada demais. Não anulam o jogo, “só anulam os gols que ele fez”. Anos depois, meu pai ainda ria dessa história. Porque eu fiquei esperando esse milagre. Parecia fazer sentido na época. Anular os gols da Itália não me parecia tão injusto quanto o Brasil estar fora da Copa.

Eu estou dizendo isso porque a Marina e a Branca acabaram de chegar aqui. E é praticamente a primeira Copa delas. Elas não sabem de nada. Não sabiam que a gente era a seleção canarinho. E eu tô aqui, baixando músicas antigas das copas pra elas ouvirem. E sério. Tô quase torcendo pro Brasil. E ouvindo um monte de música. E a minha favorita. Que diz assim.

E a seleção canarinho
voltando pro ninho
com a taça na mão.


Engraçado que a gente baixou todas. E estamos ouvindo. E a Marina sempre pede pra colocar de novo Wavin'Flag. E eu coloco seleção canarinho voltando pro ninho. Cada um com a sua Copa, né?

domingo, 13 de junho de 2010

é isso²

teoricamente, temos a superdefesa.
na prática, os alemães têm o superataque.
tá bom que essa equação vai dar empate técnico.
aham.

Sempre tive medo de alemão

e não é pra menos. Ok, vocês podem dizer que australiano joga futebol como surfista, mas o que vimos na tarde do domingão é de colocar medo em qualquer um de bom senso.

sábado, 12 de junho de 2010

CALAMITY KEEPER


Beijo, The Sun.


Tô pensando em mudar minha torcida. Ir de Argentina pra Inglaterra assim. Num pulo. Amo o Rooney, acho. Quando for oficial, ponho em letras garrafais.




Melhor comentário sobre o jogo? No twitter, né?

@pedroborgez é fácil quando do outro lado não tem ceni, né gerrard?

Porque o Pedro pensa que tudo is about San Paul Soccer Club.

Janeiro último

fui a Buenos Aires com criança e maridón. Daí que meu amor por Maradona e por aquele sangue esquentado ítalo portenho aumentou, né? Então é isso. Nigéria, até curto. Mas sou pelos hermanos até a muerte!
/quilmes_feelings

Argentina!

tô vendo o jogo, claro. Gostei do começo do primeiro tempo, calou a boca de quem dizia que o Messi não jogava pela seleção. #calabocagalvao

Depois do gol, Nigéria deu trabalho, mas a superioridade argentina é tanta que os caras até bateram bolinha, aí ficou meio chato. Bem, se continuarem marrentos, correm risco.

ah, sim. Amo muito Maradona fazendo embaixadinha para devolver a bola pro campo <3

armando una parada maradona*

desde criança sou hipnotizada por don dieguito maradona. tudo por causa de um primo que falava que maradona jogava melhor do que zico.
maradona deu cria a um filho perdido. e esse filho atende pelo nome de messi.
não sou tão otimista como a Mary W. acho que fica em 3X1, favorecendo o armando siempre maradona.

*via @ludelfuego.

4x1

Tô na aula. Com três do Messi.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

daí que nem vi

os jogos inteiros. Mas amanhã ninguém nem nada me tira da frente do jogo da Argentina.
Hoje vi um pedaço do jogo da França e Uruguai mas confesso que de tanto torcer estava achando angustiante.
Tive que entrar em sala de aula e pedi para os alunos avisarem caso um gol rolasse. Daí aquele zero a zero. Jogo oxo, como diz meu pai.
Como lição de moral, eu acho que a África do Sul deve se preocupar com os uruguaios. Taí, nesse jogo não sei pra quem torço.

Nem vi passar. Jogo bão demais da conta. 0x0 nem faz jus. A França tentou o tempo todo. O Uruguai tentou por algum tempo. Daí decidiu que empatar era bom resultado. Ribéry nem fez nada. O Fórlan deu mais pinta de craque. Diego Lugano encrencou bastante. Morro de saudade. Tomou um cartão por isso. Na TV, o Júnior falou que o resultado é bom pra África do Sul e pro México. Não sei onde. Porque, né? Uruguai já se livrou da França. E a França já se livrou do Uruguai. Os outros dois que não deram conta de ganhar do adversário fraco. Acho que eu vou dormir agora. Até a hora da aula. Tudo indica que vou ter que fazer madrugadão por aqui.


Eu não me amarro muito em comentário mulherzinha, quando se trata de futebol. Mas acho que todo mundo reparou.

@camilarhodes lugano tá gato, hein.

eu discordo do palpite da Mary

Só porque estou obviamente torcendo para o Uruguai. Não superei o jogo contra a França na copa passada.

Uruguai 1 X França 0

O gráfico da Copa

Aqui ó

Beijo, Lugano




França 2 x 0 Uruguai

Até que eu torci. Apesar da dificuldade, né? De torcer pruma seleção do Parreira. Ah, mas ele monta e organiza time. Pois é mesmo. Só que é tão manjado. E aquilo que todo mundo já cansou de explicar. A defesa segura, mas é burra. Se você passar, fica sozinho na cara do gol. E o México aí. Como queríamos demonstrar. Anyway, aos 18 minutos eu já sabia que ia ficar 1x1. Tava na cara que seria isso. Sem surpresas ou etcs. Minha vó fez pizza de forno pra ver o jogo e quando eu cheguei, tinha um circo armado. Elas tão doidas pra comemorar. E montaram mesa verde e amarela SEM CONTEXTO para isso. À tarde que tem o negócio. Ver a França e tal e coisa. Nem sei que horas eu vou terminar de preparar minha aula. Antes desse primeiro jogo, eu nem tinha palpite. Pro jogo da França, eu tenho.

Maior antropologia de boteco que eu tenho é essa. Acompanhar noticiário esportivo dos outros países. Ai, caramba.





Chega logo, férias.

quinta-feira, 10 de junho de 2010


E antes de tentar voltar a trabalhar. Maradona tocando vuvuzela. Porque, né?
Minha avó ficou dizendo o quanto a abertura da Copa passada foi mais bonita. E eu realmente não lembro de nenhuma abertura de Copa. Daí tava achando que era uma confusão que ela tava fazendo. Com Olimpíadas. Todo mundo parece ter feito. E desfeito rapidamente. Em casa não. Ficaram falando "cadê o Maradona?" e não sei quê. E então eu falei. Mas, vó, os jogadores não podem ir na abertura porque eles jogam amanhã e vão estar cansados. Ela concordou, mas afirmou que nas outras eles iam. E arrumou dizendo que os reservas pelo menos iam. Ela optou deliberadamente por inventar uma tradição de aberturas de Copa. Pra poder dizer que a África do Sul estava rompendo com ela. Marina nem assistiu um único pedaço. Eu vi Pata Pata* e um pouco de Black Eyed Peas. E quando ficou bem claro que nem Maradona nem ninguém importante ia dar as caras, fui pro meu quarto jogar Mahjong. Minha mãe e minha tia também não aguentaram. Mas queriam Copa e foram na loja de 1,99 comprar as coisas. E tava uma pechincha. Tudo que era verde e amarelo saindo por 1 real. E só parcelavam acima de 100. Daí elas compraram isso aí. Cerca de 100 coisas verde e amarela. Uns copos e pratos e umas bandeiras e algumas cornetas. E eu perguntei. Não tinha vuvuzela, mãe? E ela respondeu que não. Só corneta. Lembrei disso na hora. E fiquei rindo.

RT @marjerodrigues: Chamar corneta de vuvuzela é igual chamar twitter de microblog, ow.

Aí minha tia disse que eram praticamente vuvuzelas algumas cornetas. Eu fiquei só ouvindo. Porque tava gostando de ouvi-las mesmo. Eu não vejo a hora que começa o futebol. Tento assistir todos os jogos, como a maioria das pessoas. Eu tenho aula na pós no sábado. Isso tá me matando. Eu tinha meio que esquecido disso. E que ia cair bem na estréia da Argentina e da Inglaterra. Não ia adiantar muito eu me lembrar, né? Porque eu teria que dar a bendita aula de qualquer jeito. O jogo da Argentina eu vejo na hora do almoço. Mas e a Inglaterra. Saio às 5. Pego só o finalzinho. Ou nem. Porque tenho que dar uma prova no último período da aula. Nunca vi prova acabar antes. Sempre acaba depois do horário. E geralmente fica um único aluno, embaçando. Se a senhora me pedisse pra falar... Mas eu odeio escrever, professora. São os dois melhores jogos da primeira rodada anyway. E me interessa também Holanda X Dinamarca. Não tenho palpite ainda. Nem pra México X África do Sul. Essa aula no sábado me quebrou mesmo. Os dias estão simplesmente lotados. E não com aquilo que deveriam.

*Eu gosto muito dessa música, Pata Pata. Mas muito mesmo.

Ah, sim. Falando em estereótipos, Shakira estava vestida de zebra \o/

Eu posso estar meio otimista. Mas eu nem de longe acho que estão estereotipando a África do Sul como eu imaginava. E tô achando bem leve mesmo se compararmos à China e à Coréia. Mas pode ser só otimismo. A estereotipia fica mais por conta de uma imagem reverente do continente africano como um todo. Aquela coisa do som que parece vir da terra, a mãe África. Um lance assim. Na Copa da Coréia ficaram enchendo com o negócio de "coreano come cachorro". Enchendo muito mesmo. Encontrei com um amigo que esteve na Coréia esse fim de semana. E eu tava falando meio sobre isso. Que dá a impressão, pela cobertura que fizeram, que é o principal prato da dieta coreana. E nem é. É difícil achar cachorro pra comer lá. Você sabe que eu não implico com essas coisas, né? Eu adoro Mondo Cane. Tipo olha, alguns hábitos bizarros. E eu vejo e penso e tento encaixar. Com Lévi-Strauss. Com Marcel Mauss. Com o que der. Geralmente encaixa com Mauss. Quase tudo ele encaixa. Fiquei sabendo hoje que já encaixaram sadomasoquismo na teoria da dádiva. Veja você. O homem deu conta. Aí tava assim. Pensando que vuvuzela era o bizarro da vez. Mas aí dei com esse link. No twitter mesmo. E uau. Nem repercutiu. Sei lá como deixaram escapar.


Costume de fumar cérebro de abutre para prever jogos ameaça espécie
Tradição é antiga na África do Sul; abutre do Cabo pode ser extinto em poucas décadas.


Vontade, né? De dar uma encaixada antropológica nessa história. Mas não tô sabendo fazer não. Veja o que disseram os especialistas:

Especialistas acreditam que a excelente visão da ave, que tem a capacidade de localizar alimentos em vastas áreas, talvez tenha contribuído para a crença de que o pássaro tenha poderes especiais.

São de cagar, né? Esses especialistas. Funcionalismo? Presente.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

é isso

dois dias. abertura de copa. toda aquela empolgação. e a seleção de volantes do senhor dunga. e tem a aclamada superdefesa. superdefesa e volantes. do que mais a gente precisa? sorte para finalizar e assim conseguir um golzinho aqui, outro acolá. convenhamos que não há jogador de finalização nesse time. sabe aquele jogador que fica "na banheira"esperando a bola chegar e dá aquela finalizada espetacular? não tem. mas tem robinho, alguém pode dizer. ok. tem ele. nem entrarei no mérito de que não simpatizo nem um pouco com ele. aliás, detesto a pessoa robinho. mas ele tem feito um bom trabalho no santos, ao lado dos companheiros e blábláblá. mas acho que ele desestabilizará o time de "bons moços" de dunga. com muito falatório e desdém. e minha maior apreensão é a bola não passar do meio de campo. nosso dileto treinador sempre valorizou o toque de bola, a posse de bola. mas quem, pelamordedadá, chutará a gol nessa pourra? por isso eu usei sorte ali no começo. toda imprensa internacional exaltando a defesa e o meio de campo, ninguém falando do ataque. obviamente, porque não temos ataque. então o que fará diferença para o nosso lado? uma ajuda d'@OCriador, talvez.
uma outra coisa que eu acho que acontece é o tal do nivelamento por baixo. acho que o único time que abalará a retranca do dunga será a espanha. e eles têm atacantes. um diferencial.

domingo, 16 de maio de 2010

une blague

só digo isso: as caras e bocas do dunga deveriam figurar no álbum da copa.

*imagem tirada do blog do milton santos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Simpatias. Não o amor.

Confesso. Eu tenho essa tola preocupação com teorias conspiratórias de Copas do Mundo. E tenho vergonha. Porque, no geral, eu acho que isso é uma grande bobagem, mas às vezes me pego desconfiada da ressaca do Ronaldo de uns anos atrás e de um jogador experiente como o Roberto Carlos ter que ajeitar meião.
Tá.

Então, né. Temos a melhor defesa - tá, das melhores defesas - do mundial. Mary lembrou aí que esses carinhas pararam o Messi. Tarefa nada banal. Mas não é isso que se espera do futebol brasileiro. Nem eu, nem a torcida, muito menos os patrocinadores. Tá, tá, já vou parar.

O negócio todo é que a próxima Copa é aqui. E não sei se é bom para o Brasil que o Brasil ganhe na África, especialmente, sendo, como sempre, o favorito. O que é sempre péssimo para apostadores.

Eu sei que vão dizer que eu devo acreditar em aliens ou em equipamentos americanos que causam terremotos. E sinto decepcioná-los. Não acredito não. Mas durante a Copa, a minha racionalidade* fica em suspenso. Apesar de não ter nenhuma camisa favorita, nem nenhuma mandinga.

*essa racionalidade aí que professa que necessariamente devemos desconfiar de toda e qualquer teoria conspiratória ;-)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tem que ver isso aí!

Por enquanto, tenho a dizer que descobri somente hoje o nome do Dunga: Carlos Caetano Bledorn Verri, e pasmem, me toquei que em todos esses anos, nunca passou pela minha cabeça perguntar.

terça-feira, 11 de maio de 2010



Meu atacante preferido e incontestável é o Luis Fabiano. É até meio chato pra mim. Eu torço pra seleção perder e pra ele fazer gol ao mesmo tempo. O meu segundo atacante preferido, provavelmente, é o Adriano. Pelo conjunto da obra. Esse negócio dele ser tão talentoso e atormentado. Uma das maiores tristezas que eu tive foi ver o Grafite indo embora do São Paulo. Eu achava que ele era *o* cara na época e tal. Acho que foi em 2005 ou um ano assim. E eu confiava plenamente nele. Então nossa. Adoro o ataque da seleção tal qual ele se desenhou. Nilmar acho fofo, mas nem assisti muito. A defesa da seleção só quem é idiota pode reclamar dela. Ou quem não viu a maior retranca da história da humanidade no jogo contra o Barcelona. Ninguém fas gou ali não. Eu acho que gostaria que o Miranda fosse convocado. Mas mais porque eu sou sãopaulina mesmo. Embora nem disso eu me ressinta. Acho tão tricolor essa seleção. E todos dizem que um dos sãopaulinos deve batizar essa fase. A "Era Júlio Baptista". Que, nossa. Eu adoro. Eu não acho que ele é um trator como falam. Penso que ele se tornou um trator pra ficar competitivo mesmo. Porque é isso que o futebol de hoje exige e blábláblá. Acho difícil a gente abandonar quem a gente é. E eu digo isso totalmente tomada pelo clima auto-ajuda do nosso técnico. Eu nunca gostei dele. Nunca vibrei com o "nosso capitão". Sempre achei a tal da garra que ele exibia meio patética. Não me conformei mesmo de ver o futebol de volantes tomar conta e não deixar meio-campo jogar. Nem Raí, nem Zinho. Ninguém conseguia. Mas como ele foge de quem ele é? Não foge, né? Virou técnico, conseguiu um pouco de articulação lendo esses livros aí. Que falam a respeito de ser quem a gente é. Dizem que falou besteira na convocação. Da ditadura e não sei quê. Não vi. Eu tava no pilates. A professora ligou o rádio um pouco. Ouvi os nomes e ela desligou. Eu não pedi pra ela ligar. Ela que ligou. Então eu acho que é uma seleção de volantes, como todo mundo esperava. Não tem ninguém pra substituir o Kaká se ele machucar ou amarelar. É vero. Mas eu não sei se ele quer mais um Kaká. Acho que engole mesmo. Eu entendo um pouco o Dunga. Não muito. Porque eu não gosto de volante. Mas eu adoro zagueiro. Eu comecei a gostar de zagueiro por causa do Mauro Galvão. Que uma vez eu ouvi um comentarista dizer que ele terminava o jogo sem fazer falta. E eu comecei a reparar muito nisso. Se ele fazia falta. Não fazia. Eu admiro uma retranca bem armada, essa que é verdade. Tenho dó daqueles tontos que fazem linha de impedimento. E alguns dos jogos que eu não me esqueço são por causa disso. Aquele da Argentina com a Inglaterra (no Japão, Coréia whatever). Que parecia que tinha um escudo invisível na área inglesa. Os argentinos tocando bola de lado. E esse último aí. Quando a zaga brasileira segurou o Messi. Então eu não adoro essa seleção. Mas eu acho que ela vai ser campeã. Sem a minha torcida, que nenhuma seleção brasileira nunca vai ter. Mas vai ser campeã. Acho a melhor seleção do século XXI. Duvido que alguém faça gol nela. O Messi a gente sabe que não faz. Duvido que Luís Fabiano não marque. Então. Fechou, hein?

Só pra constar. O Josué também não é um trator. Pelo contrário. Ele criava um monte no time do São Paulo.

Não sei se ficou claro. O Luís Fabiano é o jogador que eu mais gosto no mundo inteiro. IN-TEI-RO.
seria melhor se ele fosse o teimoso, não o dunga.
mas ninguém pode falar que ele não foi coerente. consigo, tá certo. mas muita gente nem isso consegue ser.
eu sou suspeita. gosto de dunga desde que comecei com esse lance de futebol na copa de 86. cai de amores infantis por Telê Santana. em 90, dei de cara com o dunga e gostava dele porque a maioria falava mal. sim, eu sou do contra.
e fui acompanhando sua carreira como jogador. e é bem claro que a teimosia estava no jeito de jogar e perduraria no modo de conduzir a seleção e na hora de escalar os jogadores.
entendo a euforia em torno de ganso e neymar. não gosto da molecada do santos, mas é inegável que formam um excelente time. no entanto, acho que seria arriscado integrá-los num grupo coeso que se montou ao longo de três anos e meio. o trabalho de dunga me lembra muito o trabalho que o muricy ramalho fez no são paulo e o Telê fez no mesmo time no início dos anos 90: construíram uma equipe e um modelo de jogo que funcionou mais do que falhou. muricy e Telê: teimosos.
ainda tento justificar para mim a convocação de grafite. entendo a não convocação de adriano, que na minha opinião, perdeu a vaga por não ter compromisso algum com treinos e técnicos. é bom? sim. mas não merece confiança. e todo teimoso precisa confiar naquilo que está fazendo, nas suas companhias. e tem suas crenças, quase sempre imutáveis. para desespero de muitos.

Escalação, a primeira fase da copa


Não é o álbum completo, não é a rua pintada com o patrocínio da marca de tinta, não é o amendoim e a lata de cerveja verde e amarelos já vendidos nos supermercados que marcam o início.

É hoje que começa a primeira fase da Copa, com a escalação e a inevitável frustração que virá com os nomes que gostaríamos de ver lá na lista do Dunga e que não veremos.

Porque é um problema clássico do primeiro período de introdução à economia.

A escassez. Aquele ônibus só tem 23 lugares.

Hoje vamos parar a nação para ver o anúncio. E sofreremos juntos, como que num tango argentino.

sábado, 8 de maio de 2010

dia desses, teve uma redação lá no colégio cujo tema era a célebre frase de Nelson Rodrigues: o futebol é o ópio do povo. essa citação foi retirada de uma crônica do autor que afirma que há um momento em que todos se lembram do Brasil, em que todos os brasileiros descobrem o Brasil e o futebol vira razão de autoestima.
tegiverso, voltando à redação do colégio. os alunos não sabiam o que era ópio, perguntaram o que era, eu respondi e eles fizeram aquela cara de aaaahhh. e um deles afirmou: é isso mesmo, quando tem jogo do palmeiras, eu nem pisco, entro em transe. é outra realidade. pois, futebol é mesmo outra realidade. são 90 minutos em que a bola rolando te transporta para outro lugar e você vira um sujeito que normalmente não é; isso para os viciados e somos uma nação de viciados.
e essa nação ultrapassa fronteiras geográficas, etnia, religião, gênero. acredito até que é a nação mais igualitária que existe e que, apesar das discordâncias, todos querem realmente o mesmo objetivo: avançar o contra-ataque e fazer aquele gol. em tempos de copa do mundo, isso fica ainda mais palpável. o povo quer escolher realmente  os seus ministros, seus representantes, seus guerreiros. e se tivesse votação para escolher os 22 do parlamento seleção, nem precisaria ser obrigatória e crianças chiariam por não ter idade mínima para votar. e em termos de incitar impeachment, somos muito mais eficientes quando o alvo é técnico de time.
se é ópio, é a droga mais barata. se é religião, é a única que a maioria realmente professa.

quarta-feira, 5 de maio de 2010



Eu não detestei o comercial da Brahma. Ao contrário da maioria das pessoas, e eu acho que o Tostão falou a respeito. Que não é uma guerra, é um jogo. Que não são guerreiros, são atletas. E que esse belicismo é todo ruim, ainda mais que temos torcidas organizadas tão idiotas etc. Mas eu não detestei e não acho ruim terem feito essa metáfora. Eu acho pobre e óbvia? Acho. Mas não sou contra ela. Eu me lembro de Giorgio Armani, que fez o uniforme da seleção italiana na Copa passada dizendo algo do tipo "pela primeira vez vesti heróis". E eu acho que são metáforas muito presentes. Aquela da guerra ou essa do Olimpo. E existe também uma espécie de mito a respeito do esporte. Que ele teria vindo pra tomar o lugar da guerra na disputa entre os povos. E então eu posso ver e tocar essa imagem aí. Do jogador como um guerreiro. Eu só acho pobre. Porque é óbvia, a metáfora. Mas tem um lado meio legal de se pensar. Porque a metáfora brasileira por excelência é o futebol. Se a gente fosse pra guerra, o noticiário diria que batemos na trave e coisas assim. Sempre foi isso. E, agora, até mais. Nunca na história desse país o futebol foi tão usado para explicar coisas "sérias" como política e economia. E daí quando temos que simbolizar futebol, ficamos esvaziados. Porque não podemos usá-lo da forma que estamos acostumados. Como símbolo. A outra propaganda brasileira*, minha mãe adorou. Aquela de jogadores de vários times se olhando feio no vestiário e aí todo mundo vira canarinho etc. Ela adorou. Eu gostei também. Mas, né? Copa do MUNDO. E me fazem uma coisa tão bairrista e tal. Aí eu vejo um RT dela hoje. E abro o comercial. Veja que os argentinos fizeram aquilo na Copa passada. E tem aquele da Coca-Cola que eu amo também. E então eu já esperei coisa boa. Mas nem de longe imaginei que eu fosse ficar tão uau. É tudo tão perfeito. A gente falando deles e eles falando da gente. E a frase recorrente que hoje parece explicar tudo "é cultural". A frase que tenta dar conta do imaginário e do simbólico. Os argentinos conhecem tão bem o lugar que o futebol tem pra eles. Eles sempre o mantém ali, na zona do sagrado. Evitam profanar. É cultural. Nós, não. Nós teimamos em profanar e rimos da sacralização. Choramos escondidos. O vascaíno querendo se jogar lá de cima, em São Januário, assim que acabou o jogo e o Vasco caiu. E eu comecei a rir. E os locutores estavam preocupados. Não é de rir. Não é de se preocupar. O Vasco estava rebaixado. O que mais poderia ser feito? Mas a gente debocha um pouco, sempre. É cultural. Então sempre acabamos fazendo essa comparação barata entre o samba e o tango. E que fazemos samba de tudo. E que eles fazem tango. Sei que eu fico imensamente comovida com os tangos deles. Não sei se eles acham graça dos nossos sambas.

*Não achei ainda, peraí.

domingo, 18 de abril de 2010

A copa do mundo é nossa

com as brasileiras, não há quem possa