sábado, 3 de julho de 2010




El fútbol no es bursátil. Prevalecen otros valores. Algunos encuentran atajos de vuelta en el exilio. Otros, como Dunga, se empeñan en capar la escuela más artística que haya existido. (El 'dunguismo' acaba con Brasil)


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Galeria de Alemanha x Argentina em Copas.
Fazendo chover e trovejar na África do Sul. E nos lembrando sempre que deuses não são heróis. E que pra ser herói é preciso ser humano. Pensar como humano. Errar como humano. É preciso não ter nenhum poder sobrenatural. Então se você é um deus, é capaz que consiga. Correr mais que todo mundo. Subir mais que todo mundo. Mas se você é humano, não. Se você é só humano e uma bola vai entrar no gol, só tem um jeito. Você tem que tirar com a mão. E você tem que sofrer as consequências disso. E tomar cartão vermelho e ver o outro time arrancar a classificação assim. No último segundo do jogo. Porque o último minuto não seria suficiente. Um minuto, ali, era muito. E a cena que ficou não é do Gyan perdendo o pênalti. Mas do Suárez gritando sozinho, comemorando solitariamente, indo pro vestiário. Expulso. E vai desfalcar o Uruguai. E deve fazer muita falta. E há outros desfalques importantes. E não deve passar a Holanda. Mas nem importa, né? O rei da Copa até aqui, Luis Suárez. Hollywood não faria melhor. Eu queria que algum cineasta dos bons tivesse filmado a caminhada inteira. Da hora que ele sai expulso de campo até a hora em que comemora o penâlti perdido. Uruguai. Fudendo a festa dos donos da casa desde 1950.



Sem escala. Vai direto pra prateleira de jogos que eu mais amei na minha vida. Pra mim já era especial por conta do Lugano. Eu fui buscar uma prima minha hoje. Ela ia chegar ontem. Mas perdeu a conexão e dormiu no Rio de Janeiro. Daí resolveu ver o jogo lá. Pra ver a comemoração na praia de Copacabana e não sei quê. Lascou-se. O caso é que ela torce pra Argentina agora. Eu adoro demais o Carlitos, ela me explica. Corinthiana, of course. Eu respondi, eu tenho isso com o Lugano. Acho que todo mundo viu a foto, né? O símbolo na garrafa que ele tá usando no Mundial. Então é o São Paulo na Copa mesmo. Isso que é tão comentado. Da falta de identidade que a gente tem com aquele povo de camisa amarela. E os botafoguenses pirando com Louco Abreu. E os palmeirenses mandando beijos pro Valdívia. E coisas assim.



O mais patético foi ver o Luís Fabiano dizendo, sobre a substituição dele. Que o Dunga foi o melhor técnico com quem ele já treinou e que o Dunga sabe o que é melhor pro time. E depois saber que o Júlio César puxou uma espécie de reza pra agradecer o Dunga e coisas assim. Eu não acho que era hora do Luís Fabiano sair atirando nem do Júlio César tacar salada na cara do Jorginho. Não é isso. É só que eu sempre tive um incômodo com essa seleção. E eu sei por onde passa esse incômodo. E eu vou chamar aqui de dupla contaminação, esse incômodo. Primeiro, o discurdo religioso CONTAMINOU a preparação da seleção. No Linha de Passe, o Calazans (acho) usou o termo monastério. A maioria usa quartel e faz analogia militar. Mas eu acredito que a comparação religiosa fica melhor. Claro que monastérios e quartéis são instituições totais. E o Goffman nos ensinou como elas funcionam, daí qualquer uma serviria. Instituição total é aquela que engolfa todos os aspectos da vida do cara. Então as normas dela passam a ser as normas do mundo. A autoridade nela passa a ser a autoridade no mundo. E as coisas que fazem sentido lá, não fazem sentido em nenhum outro lugar. Num hospício, o psiquiatra é Deus. Num convento, a Madre Superiora é Deusa. E assim por diante. O confinamento traz essa coisa da instituição total. E a comissão técnica foi muito hábil quando explorou um aspecto já presente na vida privada de muitos jogadores e misturou com uma determinada postura que eles deviam ter na vida profissional e pública. É da religiosidade que eu tô falando, claro. Então tudo se confundiu e servir à Cristo passou a significar servir ao grupo, ao Dunga e à seleção. Eu imagino, e isso é puro chute, que a coisa devia funcionar meio como grupo de AA. Pra quem já é religioso, potencializa. Quem não é acaba envolvido por aquilo de força superior, acredite em si mesmo, faça sua família ter orgulho de você. Pense nos seus filhos. Em grupo de AA não tem como escapar. Ou você acredita em Deus. Ou em si mesmo. Ou faz pelos seus filhos. É quase impossível que um desses elementos não te toque. E veja. TODOS os jogadores citaram os filhos e a família quando deram entrevistas na zona mista. E o Durkheim nos diz que a religião é a instituição que inventamos para louvar as regras sociais, a sociedade mesmo. E pra ficar mais fácil chamamos de Deus. E dizemos que Deus quer isso e Deus quer aquilo. Mas na verdade é a Sociedade que quer isso ou aquilo. O caso é que a gente sacraliza as normas e daí não conseguimos nos opor. Você deve ter percebido, durante a sua vida, que as pessoas que não tem religião geralmente são as mais "desviantes" socialmente. Não louvar a Deus é não louvar as regras. Pois bem. Eu disse que foi hábil a trama do Dunga por isso. Eu noto que os jogadores faziam referência à seleção e ao grupo como se eles tivessem fazendo esse papel que o Durkheim descobriu. Do sagrado. Então foi fácil porque foi só deslocar a devoção. Vou te dizer. Quem é devoto adora qualquer coisa. Fica só esperando. E eu pensei que o Luís Fabiano fazia meio que a resistência nesse grupo, mas já vinha percebendo que ele tinha arranjado um escape pra devoção. Daí não importa qual porque ela se dá com a mesma intensidade e tal. Essa é a primeira contaminação. A segunda diz respeito a outro aspecto da religiosidade. Mas aí não tem mais a ver com a estratégia de treinamento. Pra mim tá ligada ao modo como o grupo passou a se ver. Talvez fosse até esperado isso, mas eu acho que surgiu na dinâmica. Como a maioria das seitas evangélicas, o grupo do Dunga passou a se perceber como especial. Dono de uma verdade que os outros não conheciam mas que seria revelada. E então nós tivemos o insólito. Porque a abordagem era Seleção X Resto do País. Como se todos nós fossemos inimigos deles e estivéssemos dispostos a arruiná-los ou uma coisa assim. O Dunga chegou a duvidar da crueldade da escravidão porque nós acreditamos nela (crueldade). Ele pegou uma relação desgastada com a imprensa e levou pra todos os níveis. O comportamento do Dunga na fatídica coletiva é de horrorizar. Parecia que ele estava no meio de inimigos, tentando sobreviver e atento a botes e coisas assim. E o grupo todo passou a se sentir escolhido e incompreendido e todo um processo de vitimização nonsense. O Júlio César chegou a falar que esse grupo nunca irá se separar. Impressão minha é que ele sofre mais a separação do que a perda da Copa. Já vimos isso em BBB, não é novidade. Eles se esqueceram de como é a vida fora da seleção. Essa noção de grupo escolhido, pra que eu pasme de vez, foi encorpada por parte da esquerdinha brasileira. Você deve notar que os esquerdinhas também se vêem assim. Como detentores da verdade que os ignóbeis não conseguem perceber. E se percebem em luta o tempo todo. Os inimigos estão prontos para atacar e eles ali, pronto pra resistir. No caso, o Dunga luta contra a opinião pública e a esquerdinha luta contra as elites. E lutam o tempo todo. E a esquerdinha resolveu abraçar o Dunga, pra lutar junto e tal. A gente não deve esquecer que o discurso político mais parecido com fanatismo religioso é o esquerdinha. A gente não deve esquecer porque no caso é bem importante pro alinhamento. Porque, né? Não tinha nada a ver o conteúdo. Então eu presumo que a forma atraiu. Então esse é o problema central. A dupla contaminação. Treinamento virou monastério. Jogadores da seleção viraram "os escolhidos". Ou pode ser uma contaminação só e eu que tô desdobrando.

Mas tem um outro ponto. Só que aí é tanto chute e tanta psicologia de boteco que eu até resolvi fazer parágrafo. Eu já falei um pouco disso aqui, na época da convocação. Que o Dunga não deixaria de ser quem ele é. E ele é um volante aplicado. Então eu penso que ele sempre acreditou nisso. Que aplicação e disciplina constróem um campeão. É complicado nadar nessa água. Porque o budismo ensinou. Se deixa frouxa, a corda não toca. Se estica demais, ela arrebenta. E eu fico pensando que ele tinha isso na cabeça. Que não existe genialidade que não seja superada pela árdua rotina de trabalho. E eu penso nele deitado no quarto, em 1994, na concentração. E acordando bem cedo pra treinar. E lendo minutos de sabedoria pra se inspirar. E vendo o Romário pular janela e voltar de madrugada e ficar procurando sombra na hora do treinamento. Eu já assisti um jogo do Romário, pelo Vasco, que ele jogou na sombra o tempo inteiro. Quando lançavam bola onde o sol tava batendo, ele nem ia. E ele era o capitão e o Brasil confiava nele e ele ergueu a taça. Mas a Copa é do Romário. O Romário é que entrou pra história. É do Romário que a gente lembra. É o nome do Romário que a gente grita. Eu acho que ele nunca conseguiu entender. E é difícil pra mim também navegar nessa água. Porque pode parecer que eu tô fazendo uma espécie de elogio ao Macunaíma. E que acredito em talento nato. E coisas assim. E não é isso. Eu entendi quando o moço falou que 99% é transpiração. E eu nunca vou saber se a disciplina é que mata o talento. Ou se a disciplina é o refúgio de quem não tem talento. É metafísica essa discussão. Eu sei que o Dunga acreditou mesmo. Que a mediocridade, desde que bem treinada, seria capaz. Então ele pegou jogadores medianos ou em má fase e disse pra eles "você pode". E eles acreditaram, pelos motivos já ditos aí em cima. Mas o caso é que me parece um acerto de contas pessoal. A feia seleção de 94, no fim das contas, só ganhou porque havia um gênio por lá. Você pode imaginar. O quanto o Dunga ama ver gol do Elano. Eu nem comemoro gol do Elano. As pessoas amam o Lúcio. O LÚCIO. Olha. Não dá. Eu nem reparo no Lúcio. Só vejo o Lúcio quando ele faz cagada. Talvez seja o jogador mais sem sal da história desse país. Não tem charme, não tem carisma. E acho que era essa a meta mesmo. Transformar todo mundo em Lúcio. O Juca disse no Linha de Passe que quando olha individualmente os jogadores, não sente carinho por nenhum. Não sente nada. O que de mais afetivo aconteceu com a gente foi Felipe Melo mesmo. E aí eu até tiro meu chapéu pra ele. Numa seleção sem personalidade, em que todos os indíviduos foram abrindo mão das suas características para formarem uma massa amorfa que eles chamam de "grupo", O Felipe Melo foi o único que escapou. Daí que os craques abriram mão mesmo de ser craque. Um atacante substituído no fim do jogo diz que foi melhor assim. Aprenda com o Tevéz, Luís Fabiano. Da próxima vez, saia bufando. Aprenda com o Ganso e se recuse a sair. E o Robinho é outro sintoma do elogio da mediocridade, se a gente for pensar. Tava na reserva do Manchester City e foi pro Santos. E o Santos detonou. Ele também detonou. Mas, né? Outros caras encheram nossos olhos. Dois gênios ascendendo. E o Dunga nem notou. Ou deliberadamente desviou o olhar e optou pelo gênio caído. Agora sim o Robinho está pronto, eu acho que ele pensa. Caiu do Olimpo. Virou mortal. Esse apego dele à mortalidade. Ele convenceu o grupo todo disso. Que eles eram mortais e que nada conseguiriam sem o "grupo". E o grupo aqui funcionando como o Deus durkheiminiano. Daí volto pro que eu já falei. Então é só isso, por enquanto, que eu tenho a dizer sobre a eliminação.

Eu gosto dessa imagem porque pra mim ela reflete. O abrir mão do talento para abraçar a garra. Como se fosse uma boa troca. A maneira que o Robinho achou de "entrar" com tudo no jogo. Quem ainda não viu. Vale a pena clicar e ampliar etc.

segunda-feira, 28 de junho de 2010



O vídeo novo da Nike.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

O maior fiasco publicitário de todos os tempos, o primeiro vídeo. Esse é com a seleção da Argentina. A graça é que é ambientado em 1986 mesmo. Durante as comemorações do bicampeonato, na Plaza de Mayo. Daí o Tevéz e o resto entram e interrompem a festa. Direto do futuro etc.

Ficou mais ou menos. O mais legal é mesmo o do Rooney com o Ribéry. O fiasco foi uma pena, se pensarmos na propaganda.

Eu gostei demais dessa foto também. Embora ela fique ruim assim, pequena, perde o efeito. Que basicamente está nas meninas batendo papo lá atrás. Na imagem maior é possível sentir a atmosfera do negócio. Do tempo de cada um mesmo. Veja que as meninas estão simplesmente queimando essa etapa dos meninos. Eles precisam desse tempo. Vão ficar como elas daqui a pouco, mas ainda não. É meio uma sabedoria que algumas pessoas tem. Em relação a futebol, eu estou dizendo. De saberem curtir, como as loiras ali. É diferente de simplesmente "eu não gosto de futebol". Quando alguém me diz que não gosta, automaticamente essa pessoa se torna um pouco menos interessante pra mim. Por isso as loiras. Futebol? Curtem um monte. E só. Os meninos não. Coração partido etc. Enfim. Amei a foto. Queria guardar pra sempre.
Só pra guardar mesmo. Angela Merkel vendo o jogo da Alemanha.

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Eu tive um sonho tão comprido com a Angela Merkel, não faz muito tempo. Ela falava português no meu sonho e a gente tava numa mesa, ao ar livre, conversando sobre a Dilma.

Eu adoro o time da Holanda porque joga com 4 atacantes mesmo. E sempre torço bastante porque é um país que merece ter de fato aquilo que já tem simbolicamente, que é o título de campeão do mundo. É o único que não tem, dos grandes. Seria bem legal Holanda e Alemanha na final, pra vingar 1974 etc. Tipo o mundo merece. Eu adoro o Robben e estou encantada com o esse aí da foto, o Kuyt. Eu tenho uma longa lista de ídolos holandeses. Van Basten e Bergkamp (que era tão lindo e não viajava de avião. E foi pros EUA de navio em 94). O Kluivert, o Overmars, os gêmeos. Que eu amava. Um no meio campo, o outro meia-atacante. Enfim. Foda-se. O problema é que a Holanda virou meio freguesa do Brasil. E dos pilares do futebol, a freguesia é um dos mais consistentes. É uma espécie de sina mesmo. Lá pode ser visto até como maldição. A Holanda sempre cai na encruzilhada com o Brasil. Sorte nossa. Azar o deles.

Eslováquia não joga nada. A Itália tem que morrer de ter perdido pra essa bosta de time. Não sabe defender e nem tem ideia de como fas pra atacar. Uma bomba mesmo.