domingo, 16 de maio de 2010

une blague

só digo isso: as caras e bocas do dunga deveriam figurar no álbum da copa.

*imagem tirada do blog do milton santos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Simpatias. Não o amor.

Confesso. Eu tenho essa tola preocupação com teorias conspiratórias de Copas do Mundo. E tenho vergonha. Porque, no geral, eu acho que isso é uma grande bobagem, mas às vezes me pego desconfiada da ressaca do Ronaldo de uns anos atrás e de um jogador experiente como o Roberto Carlos ter que ajeitar meião.
Tá.

Então, né. Temos a melhor defesa - tá, das melhores defesas - do mundial. Mary lembrou aí que esses carinhas pararam o Messi. Tarefa nada banal. Mas não é isso que se espera do futebol brasileiro. Nem eu, nem a torcida, muito menos os patrocinadores. Tá, tá, já vou parar.

O negócio todo é que a próxima Copa é aqui. E não sei se é bom para o Brasil que o Brasil ganhe na África, especialmente, sendo, como sempre, o favorito. O que é sempre péssimo para apostadores.

Eu sei que vão dizer que eu devo acreditar em aliens ou em equipamentos americanos que causam terremotos. E sinto decepcioná-los. Não acredito não. Mas durante a Copa, a minha racionalidade* fica em suspenso. Apesar de não ter nenhuma camisa favorita, nem nenhuma mandinga.

*essa racionalidade aí que professa que necessariamente devemos desconfiar de toda e qualquer teoria conspiratória ;-)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tem que ver isso aí!

Por enquanto, tenho a dizer que descobri somente hoje o nome do Dunga: Carlos Caetano Bledorn Verri, e pasmem, me toquei que em todos esses anos, nunca passou pela minha cabeça perguntar.

terça-feira, 11 de maio de 2010



Meu atacante preferido e incontestável é o Luis Fabiano. É até meio chato pra mim. Eu torço pra seleção perder e pra ele fazer gol ao mesmo tempo. O meu segundo atacante preferido, provavelmente, é o Adriano. Pelo conjunto da obra. Esse negócio dele ser tão talentoso e atormentado. Uma das maiores tristezas que eu tive foi ver o Grafite indo embora do São Paulo. Eu achava que ele era *o* cara na época e tal. Acho que foi em 2005 ou um ano assim. E eu confiava plenamente nele. Então nossa. Adoro o ataque da seleção tal qual ele se desenhou. Nilmar acho fofo, mas nem assisti muito. A defesa da seleção só quem é idiota pode reclamar dela. Ou quem não viu a maior retranca da história da humanidade no jogo contra o Barcelona. Ninguém fas gou ali não. Eu acho que gostaria que o Miranda fosse convocado. Mas mais porque eu sou sãopaulina mesmo. Embora nem disso eu me ressinta. Acho tão tricolor essa seleção. E todos dizem que um dos sãopaulinos deve batizar essa fase. A "Era Júlio Baptista". Que, nossa. Eu adoro. Eu não acho que ele é um trator como falam. Penso que ele se tornou um trator pra ficar competitivo mesmo. Porque é isso que o futebol de hoje exige e blábláblá. Acho difícil a gente abandonar quem a gente é. E eu digo isso totalmente tomada pelo clima auto-ajuda do nosso técnico. Eu nunca gostei dele. Nunca vibrei com o "nosso capitão". Sempre achei a tal da garra que ele exibia meio patética. Não me conformei mesmo de ver o futebol de volantes tomar conta e não deixar meio-campo jogar. Nem Raí, nem Zinho. Ninguém conseguia. Mas como ele foge de quem ele é? Não foge, né? Virou técnico, conseguiu um pouco de articulação lendo esses livros aí. Que falam a respeito de ser quem a gente é. Dizem que falou besteira na convocação. Da ditadura e não sei quê. Não vi. Eu tava no pilates. A professora ligou o rádio um pouco. Ouvi os nomes e ela desligou. Eu não pedi pra ela ligar. Ela que ligou. Então eu acho que é uma seleção de volantes, como todo mundo esperava. Não tem ninguém pra substituir o Kaká se ele machucar ou amarelar. É vero. Mas eu não sei se ele quer mais um Kaká. Acho que engole mesmo. Eu entendo um pouco o Dunga. Não muito. Porque eu não gosto de volante. Mas eu adoro zagueiro. Eu comecei a gostar de zagueiro por causa do Mauro Galvão. Que uma vez eu ouvi um comentarista dizer que ele terminava o jogo sem fazer falta. E eu comecei a reparar muito nisso. Se ele fazia falta. Não fazia. Eu admiro uma retranca bem armada, essa que é verdade. Tenho dó daqueles tontos que fazem linha de impedimento. E alguns dos jogos que eu não me esqueço são por causa disso. Aquele da Argentina com a Inglaterra (no Japão, Coréia whatever). Que parecia que tinha um escudo invisível na área inglesa. Os argentinos tocando bola de lado. E esse último aí. Quando a zaga brasileira segurou o Messi. Então eu não adoro essa seleção. Mas eu acho que ela vai ser campeã. Sem a minha torcida, que nenhuma seleção brasileira nunca vai ter. Mas vai ser campeã. Acho a melhor seleção do século XXI. Duvido que alguém faça gol nela. O Messi a gente sabe que não faz. Duvido que Luís Fabiano não marque. Então. Fechou, hein?

Só pra constar. O Josué também não é um trator. Pelo contrário. Ele criava um monte no time do São Paulo.

Não sei se ficou claro. O Luís Fabiano é o jogador que eu mais gosto no mundo inteiro. IN-TEI-RO.
seria melhor se ele fosse o teimoso, não o dunga.
mas ninguém pode falar que ele não foi coerente. consigo, tá certo. mas muita gente nem isso consegue ser.
eu sou suspeita. gosto de dunga desde que comecei com esse lance de futebol na copa de 86. cai de amores infantis por Telê Santana. em 90, dei de cara com o dunga e gostava dele porque a maioria falava mal. sim, eu sou do contra.
e fui acompanhando sua carreira como jogador. e é bem claro que a teimosia estava no jeito de jogar e perduraria no modo de conduzir a seleção e na hora de escalar os jogadores.
entendo a euforia em torno de ganso e neymar. não gosto da molecada do santos, mas é inegável que formam um excelente time. no entanto, acho que seria arriscado integrá-los num grupo coeso que se montou ao longo de três anos e meio. o trabalho de dunga me lembra muito o trabalho que o muricy ramalho fez no são paulo e o Telê fez no mesmo time no início dos anos 90: construíram uma equipe e um modelo de jogo que funcionou mais do que falhou. muricy e Telê: teimosos.
ainda tento justificar para mim a convocação de grafite. entendo a não convocação de adriano, que na minha opinião, perdeu a vaga por não ter compromisso algum com treinos e técnicos. é bom? sim. mas não merece confiança. e todo teimoso precisa confiar naquilo que está fazendo, nas suas companhias. e tem suas crenças, quase sempre imutáveis. para desespero de muitos.

Escalação, a primeira fase da copa


Não é o álbum completo, não é a rua pintada com o patrocínio da marca de tinta, não é o amendoim e a lata de cerveja verde e amarelos já vendidos nos supermercados que marcam o início.

É hoje que começa a primeira fase da Copa, com a escalação e a inevitável frustração que virá com os nomes que gostaríamos de ver lá na lista do Dunga e que não veremos.

Porque é um problema clássico do primeiro período de introdução à economia.

A escassez. Aquele ônibus só tem 23 lugares.

Hoje vamos parar a nação para ver o anúncio. E sofreremos juntos, como que num tango argentino.

sábado, 8 de maio de 2010

dia desses, teve uma redação lá no colégio cujo tema era a célebre frase de Nelson Rodrigues: o futebol é o ópio do povo. essa citação foi retirada de uma crônica do autor que afirma que há um momento em que todos se lembram do Brasil, em que todos os brasileiros descobrem o Brasil e o futebol vira razão de autoestima.
tegiverso, voltando à redação do colégio. os alunos não sabiam o que era ópio, perguntaram o que era, eu respondi e eles fizeram aquela cara de aaaahhh. e um deles afirmou: é isso mesmo, quando tem jogo do palmeiras, eu nem pisco, entro em transe. é outra realidade. pois, futebol é mesmo outra realidade. são 90 minutos em que a bola rolando te transporta para outro lugar e você vira um sujeito que normalmente não é; isso para os viciados e somos uma nação de viciados.
e essa nação ultrapassa fronteiras geográficas, etnia, religião, gênero. acredito até que é a nação mais igualitária que existe e que, apesar das discordâncias, todos querem realmente o mesmo objetivo: avançar o contra-ataque e fazer aquele gol. em tempos de copa do mundo, isso fica ainda mais palpável. o povo quer escolher realmente  os seus ministros, seus representantes, seus guerreiros. e se tivesse votação para escolher os 22 do parlamento seleção, nem precisaria ser obrigatória e crianças chiariam por não ter idade mínima para votar. e em termos de incitar impeachment, somos muito mais eficientes quando o alvo é técnico de time.
se é ópio, é a droga mais barata. se é religião, é a única que a maioria realmente professa.

quarta-feira, 5 de maio de 2010



Eu não detestei o comercial da Brahma. Ao contrário da maioria das pessoas, e eu acho que o Tostão falou a respeito. Que não é uma guerra, é um jogo. Que não são guerreiros, são atletas. E que esse belicismo é todo ruim, ainda mais que temos torcidas organizadas tão idiotas etc. Mas eu não detestei e não acho ruim terem feito essa metáfora. Eu acho pobre e óbvia? Acho. Mas não sou contra ela. Eu me lembro de Giorgio Armani, que fez o uniforme da seleção italiana na Copa passada dizendo algo do tipo "pela primeira vez vesti heróis". E eu acho que são metáforas muito presentes. Aquela da guerra ou essa do Olimpo. E existe também uma espécie de mito a respeito do esporte. Que ele teria vindo pra tomar o lugar da guerra na disputa entre os povos. E então eu posso ver e tocar essa imagem aí. Do jogador como um guerreiro. Eu só acho pobre. Porque é óbvia, a metáfora. Mas tem um lado meio legal de se pensar. Porque a metáfora brasileira por excelência é o futebol. Se a gente fosse pra guerra, o noticiário diria que batemos na trave e coisas assim. Sempre foi isso. E, agora, até mais. Nunca na história desse país o futebol foi tão usado para explicar coisas "sérias" como política e economia. E daí quando temos que simbolizar futebol, ficamos esvaziados. Porque não podemos usá-lo da forma que estamos acostumados. Como símbolo. A outra propaganda brasileira*, minha mãe adorou. Aquela de jogadores de vários times se olhando feio no vestiário e aí todo mundo vira canarinho etc. Ela adorou. Eu gostei também. Mas, né? Copa do MUNDO. E me fazem uma coisa tão bairrista e tal. Aí eu vejo um RT dela hoje. E abro o comercial. Veja que os argentinos fizeram aquilo na Copa passada. E tem aquele da Coca-Cola que eu amo também. E então eu já esperei coisa boa. Mas nem de longe imaginei que eu fosse ficar tão uau. É tudo tão perfeito. A gente falando deles e eles falando da gente. E a frase recorrente que hoje parece explicar tudo "é cultural". A frase que tenta dar conta do imaginário e do simbólico. Os argentinos conhecem tão bem o lugar que o futebol tem pra eles. Eles sempre o mantém ali, na zona do sagrado. Evitam profanar. É cultural. Nós, não. Nós teimamos em profanar e rimos da sacralização. Choramos escondidos. O vascaíno querendo se jogar lá de cima, em São Januário, assim que acabou o jogo e o Vasco caiu. E eu comecei a rir. E os locutores estavam preocupados. Não é de rir. Não é de se preocupar. O Vasco estava rebaixado. O que mais poderia ser feito? Mas a gente debocha um pouco, sempre. É cultural. Então sempre acabamos fazendo essa comparação barata entre o samba e o tango. E que fazemos samba de tudo. E que eles fazem tango. Sei que eu fico imensamente comovida com os tangos deles. Não sei se eles acham graça dos nossos sambas.

*Não achei ainda, peraí.